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21/05/2014
História de um tradicional cafeicultor

História de um tradicional cafeicultor
Com seu auge nos anos 50, 60 e 70, o café perdeu força no país a partir de meados da década de 70, com a grande geada de 75, que matou grande parte dos cafezais e desestimulou grande parte dos produtores, principalmente no estado do Paraná que até então era um dos maiores estados produtores.

Na região Oeste do Paraná, muitos produtores erradicaram a cultura de suas áreas e migraram para a chamada lavoura branca, como soja, milho e trigo, que atualmente são as espécies mais cultivadas na região.
No cultivo do café se mantiveram somente os produtores tradicionais e mesmo assim ao longo dos últimos 30 anos, muitos ficaram pelo caminho e pouquíssimos ainda tem a tradição de lidar com o café.

Nos municípios da área de atuação da Copacol, Jesuítas se destaca com maior área cultivada, mas o clima adverso (frio) e a falta de mão de obra desestimularam nos últimos anos muitos produtores que acabaram erradicando a planta de suas propriedades.

Natural Monta Azul região Norte- MG, o cafeicultor Antônio Gonçalves Dias, é um dos poucos produtores que ainda continuam na atividade cafeeira. Com a família cultiva cerca de 4 mil pés de café, que foram plantados a cerca de 40 anos.

Segundo ele que desde 1972 atua na atividade, começou como empreiteiro, ou seja, recebia uma certa percentagem pelo produto colhido em propriedade de terceiros, até comprar a sua própria área de terra e ter o seu próprio cafezal. “Hoje no meu sítio não tenho café, mas com a família cuido da lavoura do meu filho e nesta safra esperamos colher uns oito mil quilos”, conta feliz o cafeicultor.

Ele diz que devido a geada do ano passado, são poucos os produtores que irão colher café nesta safra. “Com orientações da Emater fizemos a poda através do esqueletamento do nosso cafezal e com isso ele nos possibilitou uma carga razoável que permitirá uma boa colheita”, fala confiante o produtor.

Para ele ser produtor de café tem que haver muita dedicação, uma vez que o manejo é todo manual e só quem gosta e tem amor pela lavoura é que permanece na atividade.

O cafeicultor fala com orgulho que o pouco que conquistou no campo veio da produção cafeeira e constituiu família com a renda obtida através do café. “Na época a gente colhia bastante café, mas não sabíamos negociar, agente errava muito na venda, depois que a Cooperativa veio para o nosso município ficou mais fácil e começamos a vender melhor e com mais garantia e nela podemos deixar o produto depositado e aguardar o melhor preço para vender”, conclui o cooperado.